Curso de drag queens 'liberta' homens e debate gêneros no Sesc São Carlos
Oficina ensinou técnicas de expressão corporal, dublagem e maquiagem.
Criação de personagem contou ainda com processo de autoconhecimento.
Durante três dias, o Sesc São Carlos (SP) foi sede da oficina ‘Virando Diva’, que ensinou técnicas de maquiagem, dublagem e expressão corporal para a composição de drags queens. A iniciativa, segundo o organizador Zécarlos Gomes, é uma forma de 'libertação' para homens e de debater e dar visibilidade a questões de gênero e sexualidade.
Nesta sexta-feira (17), o espetáculo gratuito 'Cabaré Show Drag - Histórias que emergem por detrás do glamour', dirigido por Gomes, é apresentado a partir das 20h.
“Esse foi um mês que a gente trabalhou com mais destaque esse tema. A intenção da oficina foi trazer pessoas interessadas nesse debate, ou que já vivenciam outras experiências de gênero e sexualidade. Não é uma questão binária, ser homem ou ser mulher, existem muitas composições possíveis, então a ideia é provocar essa reflexão que cada um pode ser o que quer ser”, explicou Lucelina Rosa, técnica de programação do Sesc.
Oficina ensinou técnicas de maquiagem, dublagem e expressão corporal (Foto: Fábio Rodrigues/G1)
Autoconhecimento
Além das técnicas introdutórias para a construção da personagem, conhecida pelo humor, 20 participantes de profissões variadas também puderam conhecer um pouco mais sobre si mesmos.
“Eu vim para experimentar outras formas de expressão de gênero e conhecer pessoas. Chegar aqui foi muito libertador, foi muito autoconhecimento. Vou começar a usar maquiagem e os apetrechos fora daqui. Pegar essas coisas daqui e usar para me libertar fora também, porque eu não era tão solto. Foi a primeira vez que eu falei sobre o meu gênero para um grupo”, contou a engenheira ambiental Jux Sampaio.
Além das técnicas introdutórias para a construção da personagem, conhecida pelo humor, 20 participantes de profissões variadas também puderam conhecer um pouco mais sobre si mesmos.
“Eu vim para experimentar outras formas de expressão de gênero e conhecer pessoas. Chegar aqui foi muito libertador, foi muito autoconhecimento. Vou começar a usar maquiagem e os apetrechos fora daqui. Pegar essas coisas daqui e usar para me libertar fora também, porque eu não era tão solto. Foi a primeira vez que eu falei sobre o meu gênero para um grupo”, contou a engenheira ambiental Jux Sampaio.
Segundo ator e coreográfo Zécarlos Gomes, que há cinco anos dá aulas de drag queens, o processo de autoconhecimento é fundamental para a criação da personagem.
“A construção é muito individual. Eu sou só um provocador, o que eles trazem eu vou lapidando. A drag tem que ter talento, saber se colocar no palco, ter o tempo do pensamento, mas isso pode ser adquirido e é para isso que tem o curso”.
Função social
Além da possibilidade de atuação no mercado de entretenimento, como em casas noturnas, para o professor, as drags tem uma função ainda mais importante: a de levantar debates políticos e sociais.
Além da possibilidade de atuação no mercado de entretenimento, como em casas noturnas, para o professor, as drags tem uma função ainda mais importante: a de levantar debates políticos e sociais.
“Para os meninos, é uma forma de libertação, de poder encarar o seu lado feminino, sem preconceitos. Para as mulheres, além de se deparar com o seu lado feminino, é reconhecer sua autoestima, também tem a história cultural, que reprime o lado forte feminino. Então, a drag vem contra isso e contra o machismo também”, afirmou Gomes.
O funcionário público João Biancolin deu vida à sua personagem, Lohayne, criada durante a oficina.
O funcionário público João Biancolin deu vida à sua personagem, Lohayne, criada durante a oficina.
“Sempre gostei da cultura performática, mas achei que não levava jeito e era inalcançável. Aqui eu descobri que é possível, que qualquer pessoa pode criar um personagem, que pode ser construído. A gente não precisa ser a gente o tempo todo, nós podemos ser quem a gente quiser”, declarou.
Os irmãos Renata Ferreira e Jux Sampaio participaram juntos da oficina no Sesc (Foto: Fábio Rodrigues/G1)
Espetáculo
Dirigido por Zécarlos Gomes, 'Cabaré Show Drag - Histórias que emergem por detrás do glamour' leva ao palco uma série de intervenções constituídas a partir de vivências pessoais dos artistas e do processo de encontro com suas personagens.
A peça gratuita será realizada às 20h, no Teatro do Sesc São Carlos. Os ingressos devem ser retirados com 1h de antecedência. Menores de 18 anos não podem assistir à apresentação, mesmo que acompanhados por pais ou responsáveis. O Sesc fica na Av. Comendador Alfredo Maffei, 700.
Dirigido por Zécarlos Gomes, 'Cabaré Show Drag - Histórias que emergem por detrás do glamour' leva ao palco uma série de intervenções constituídas a partir de vivências pessoais dos artistas e do processo de encontro com suas personagens.
A peça gratuita será realizada às 20h, no Teatro do Sesc São Carlos. Os ingressos devem ser retirados com 1h de antecedência. Menores de 18 anos não podem assistir à apresentação, mesmo que acompanhados por pais ou responsáveis. O Sesc fica na Av. Comendador Alfredo Maffei, 700.
Zécarlos Gomes ministrou aulas de montagem durante três dias no Sesc Foto: Fábio Rodrigues/G1)
Participantes aprenderam técnicas para a montagem de drag queens (Foto: Fábio Rodrigues/G1)
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